quarta-feira, 8 de agosto de 2012

LIÇÃO DE CASA 1 - PARA ENTREGAR EM 21/08/2012


A Crise de 1929 (A Grande Depressão)

  Há algum tempo, estudamos, em sala de aula, sobre a Primeira Guerra Mundial. Estudando o assunto, chegamos à conclusão de que após a Guerra, muitos países europeus ficaram com a sua economia bastante fraca, praticamente arruinada, enquanto os Estados Unidos se tornaram a maior e mais poderosa nação do mundo! Sim, depois que a I Guerra acabou, em 1918, muitos países da Europa, como a Alemanha, por exemplo, ficaram numa situação complicada e precisavam se reconstruir. Mas para melhorarem suas situações, precisavam da ajuda de um país que tivesse dinheiro, precisavam da ajuda de um país que não tivesse acumulado prejuízos durante a guerra.
  Nesse caso, quem é que viria em salvação? Claro que os Estados Unidos, a nação mais rica naquele momento do pós-guerra, responsável por mais de 30% de toda a produção industrial do mundo, além de ter aumentado bastante a sua produção na agricultura (assim, para os EUA, tudo ia bem tanto na INDÚSTRIA quanto na AGRICULTURA). Os Estados Unidos se tornaram o país credor da Europa, ou seja, aquele que emprestou dinheiro para a reconstrução dos territórios europeus destruídos pela Guerra. Também, os Estados Unidos vendiam muitos produtos para as nações europeias, lucrando muito com essas vendas.
  Os "ricos cidadãos norte-americanos" começaram a ter orgulho do seu jeito de vida, que era cheio de prosperidade, consumismo e conforto (pelo menos para os que tinham dinheiro, já que os pobres, como sempre, ficavam de lado na sociedade.). Surgiram produtos novos no mercado, novos carros, eletrodomésticos e diversas outras coisas que a elite dos EUA adorava comprar, para mostrar sua riqueza. Os donos de empresas, indústrias e fazendas também estavam contentes com a boa fase da economia... O importante era conseguir  mais e mais lucros, mesmo tendo muita gente que passava por dificuldades financeiras na sociedade, já que a distribuição de renda não era igualitária. Essa era a forma de vida nos Estados Unidos, conhecida por american way of life ("o modo de vida americano", considerada "a melhor maneira de se viver").
  Mas, com o tempo surgiram alguns problemas. Na verdade, surgiram muitos problemas! Vamos pensar juntos. Os EUA emprestavam dinheiro para os países europeus. Os países da Europa, então, começaram a melhorar sua situação econômica... A Europa passou a desenvolver novamente sua indústria, seu comércio e, pouco a pouco, saiu "do prejuízo", voltando a ter praticamente as mesmas riquezas de antes. E então, os países europeus já não precisavam  tanto da ajuda americana. A Europa se recuperava, sua indústria e seu comércio se estabilizavam, e o povo europeu  saía da pobreza de antes. Assim, os EUA não tinham mais para quem vender todos os produtos que fabricavam; a Europa já não queria e nem precisava comprar a mesma quantidade de mercadorias, pois já podia produzir seus próprios bens. Os Estados Unidos, achando que "não iriam cair nunca", continuaram produzindo, produzindo, produzindo cada vez mais! Mas, eis o problema: QUEM IRIA COMPRAR TUDO QUE SE ESTAVA PRODUZINDO? Então, ocorria o seguinte: havia mercadoria demais para o mercado consumidor! Na verdade, o pecado cometido pelos Estados Unidos foi a SUPERPRODUÇÃO, ou seja, a fabricação em excesso de produtos para um mercado que já não era tão grande como antigamente; em outras palavras, nem dentro do país nem no exterior haveria espaço para tantas mercadorias!
  Começa uma CRISE ECONÔMICA nos Estados Unidos! A economia entra em decadência! Muita gente (mais de 15 milhões de pessoas!!) perdeu seus empregos, porque os donos das indústrias e os agricultores não conseguiam manter seus funcionários, pois não havia dinheiro suficiente para pagar os seus salários. A pobreza aumentou bastante, o desemprego, a miséria... Várias empresas faliram e muitos agricultores ficaram empobrecidos, pois não tinham como vender todos os seus produtos agrícolas.
  Foi uma desordem. Os Estados Unidos estavam repletos de empresas que não conseguiam vender suas mercadorias e, por isso, faliam, pois não obtinham lucros; fazendas em crise financeira; milhões de pessoas em miséria, e que, por isso, não poderiam ajudar na recuperação econômica do país por não terem dinheiro suficiente para comprar os produtos vendidos; e, além disso, os EUA sofriam dificuldades para a exportação, ou seja, não dava mais para vender mercadorias para os países europeus, pois eles já haviam recuperado suas economias. Será que algo ainda poderia piorar? Sim!
  Na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, há uma BOLSA DE VALORES. Sabe o que é Bolsa de Valores? É uma instituição que controla a economia de um país, que administra as vendas das ações das empresas (ações são pequenas partes do dinheiro/capital de uma empresa). Mas, o que aconteceu com a Bolsa de Valores de Nova York que piorou a situação econômica dos Estados Unidos? Em 29 de outubro de 1929 ocorreu uma queda enorme das ações na Bolsa de Valores. As ações perderam quase todo o seu valor financeiro, levando centenas de empresas e bancos a falir. Os empresários que investiam suas economias na Bolsa de Valores, confiando que teriam lucros, "ficaram na pior", pois perderam quase tudo que investiram. A partir daí, a crise começou de verdade! A crise de 1929 ficou conhecida também como a Grande Depressão. Em decorrência da crise, entre 1929 e 1932, a produção industrial nos Estados Unidos foi reduzida em 54% e mais de 4 mil bancos fecharam suas portas.
  Esses problemas econômicos aconteceram só nos Estados Unidos? Não, todos os países capitalistas saíram prejudicados! Mas, se a confusão foi lá nos EUA, por que o resto do mundo também foi afetado? Isso aconteceu porque os Estados Unidos se relacionavam comercialmente com muitos outros países (vendiam e compravam, ou seja, tinham relações comerciais com outras nações). Com a crise, as trocas comerciais entre os EUA e demais nações ficaram abaladas, diminuíram muito. Até o Brasil ficou numa condição ruim: o Brasil era grande produtor de café, e os Estados Unidos eram os principais compradores do produto; mas, por conta da crise , os Estados Unidos não puderam continuar comercializando com o Brasil, que acabou ficando com muito café acumulado sem ter para quem vender (muitas sacas de café foram até mesmo queimadas, para tentar diminuir a quantidade da mercadoria!). O comércio do mundo inteiro entrou em crise! Em outras palavras, ERA O CAPITALISMO QUE ESTAVA EM CRISE, PASSANDO POR DIVERSOS PROBLEMAS! 
  O presidente dos Estados Unidos, em 1932, Franklin Delano Roosevelt , começou a pensar: o que pode ser feito para tirar os Estados Unidos dessa crise tão grande? Até aquele momento, os Estados Unidos praticavam o chamado liberalismo econômico, ou seja, as empresas controlavam sozinhas - sem a interferência do Estado (governo) - as suas práticas, o mercado consumidor e a produção econômica. Mas, o presidente Roosevelt e seus "ajudantes" políticos perceberam que era necessário interferir na economia do país para ajudar a reverter a crise. Ou seja, deixava-se de lado o liberalismo econômico e, a partir de agora, o governo passaria a controlar a economia norte-americana. Foram propostas ações de recuperação econômica, um novo projeto ou "Novo Acordo", chamado de New Deal. Será que, por meio desse projeto do governo os Estados Unidos iriam se recuperar? Só o tempo diria. Mas, enfim, quais eram as propostas do New Deal, esse projeto confiante que o presidente decidiu pôr em prática? 
  Por meio do projeto, ficou decidido que o governo iria controlar os preços de vários produtos do mercado (para ver se, quem sabe, a população norte-americana teria condições de voltar a consumir, caso os preços das mercadorias diminuíssem um pouco); foram feitos empréstimos aos fazendeiros endividados, para que pagassem suas contas e organizassem sua produção agrícola; o governo promoveu a construção de obras públicas, para oferecer trabalho a milhões de pessoas; foi criado também um salário-desemprego para as pessoas que ainda estavam sem ocupação; e, além disso tudo, o governo dos Estados Unidos diminuiu a jornada de trabalho e criou um salário mínimo, para melhorar as condições de vida dos trabalhadores norte-americanos.
  Podemos dizer, então, que sim: esse projeto confiante que o presidente Roosevelt decidiu pôr em prática ajudou muito a economia dos Estados Unidos, ajudou na recuperação da crise. A partir de 1935, a economia do país voltou a se fortalecer. Com a participação dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a crise foi completamente extinta.


   






Imagens relacionadas às consequências sociais da Crise de 1929 nos Estados Unidos.
Pobreza, Miséria, Desemprego, Moradia Precária (Acampamentos Improvisados), Péssimas Condições de Vida, Falta de Alimento etc. 



Atividades de fixação


01. Após a leitura do texto, escreva um parágrafo de 8 a 12 linhas explicando qual foi a conclusão que você tirou do conteúdo exposto.
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02. (Pucrs-2003, adaptado) Para responder à questão, analise atentamente a fotografia a seguir.




(Fonte: Pazzinato, A. L.; Senise, M. H. V. "História Moderna e Contemporânea". 2. ed. São Paulo: Ática, 1992.)

Tradução:

"World's highest standard of living." = "O mais alto padrão de vida do mundo".

"There's no way like the americain way." = "Nada melhor que o modo de vida americano".

A fotografia acima, que se insere no contexto do início dos anos 1930, nos Estados Unidos da América, buscava captar a contradição entre:

a) o crescimento da indústria americana, no período, e o acesso da classe operária aos novos bens de consumo.
b) os conflitos sociais entre as elites urbanas brancas e as maiorias de trabalhadores rurais negros das classes populares, no Norte dos EUA.
c) a ideia e prática do novo estilo de vida americano (american way of life) e a depressão econômica e o desemprego crescentes nos Estados Unidos.
d) a expansão do capitalismo liberal, após 1929, e o crescimento do emprego para a classe operária nas fábricas.
e) a retração do mercado de consumo e uma economia de pleno emprego.
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03. (Mackenzie-96, adaptada) As causas da crise de 1929 foram:

a) aumento das taxas de juros, explosão de consumo, quebra da produção agrícola e nacionalização de empresas.
b) consolidação do Nazi-Fascismo, aumento do consumo, valorização do mercado financeiro e aumento das exportações.
c) "crack" da Bolsa de New York, aumento dos preços do petróleo, redução dos salários.
d) intervenção do Estado na economia, contradição entre capacidade de consumo e produção e concorrência com os produtos asiáticos.
e) superprodução agrícola e industrial, diminuição do consumo, "crack" (quebra, crise) da Bolsa de New York e diminuição das exportações.
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04. (Fuvest-91) "A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de Pittsburgo, o plantador de café brasileiro, o artesão de Paris e o banqueiro de Londres, todos foram atingidos". (Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T.I.Flamarion)

O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados Unidos, da qual resultou:

a) o abalo do liberalismo econômico e a tendência para a prática da intervenção do Estado na economia.
b) o aumento do número das sociedades acionárias e da especulação financeira.
c) a expansão do sistema de crédito e do financiamento ao consumidor.
d) a imediata valorização dos preços da produção industrial e fim da acumulação de estoques.
e) o crescimento acelerado das atividades de empresas industriais e comerciais, e o pleno emprego.
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05. (FGV-97) A política de recuperação econômica e social adotada pelo presidente Roosevelt dos E.U.A. nos anos 30, denominada "New Deal", propunha, entre outras medidas:

a) a liberação dos preços dos produtos básicos e o aumento da jornada de trabalho;
b) o fim da intervenção do Estado na economia e a utilização do trabalho do menor;
c) a proibição da formação de associações sindicais e a extinção da previdência social;
d) a concessão de empréstimos aos fazendeiros arruinados e o aumento do nível de emprego para os operários;
e) o incentivo à utilização do capital estrangeiro e a liberdade para a formação de cartéis.
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06. (Cesgranrio-95) O Entre-Guerras (1918-1939) pode ser considerado, no seu conjunto, como um período de crises econômicas. Assinale a opção que expressa corretamente um problema relacionado às conjunturas desse período:

a) A rápida recuperação da produção européia foi impulsionada pelos novos mercados abertos pela expansão colonial.
b) A crise alemã de 1924 representou um desdobramento da decadência da economia dos EUA, o principal centro econômico do mundo.
c) A crise de 1929, iniciada nos EUA, propagou-se rapidamente, pelos países capitalistas, cujas economias estavam em interdependência com a norte-americana.
d) Os desajustes da economia mundial tiveram como principal causa o abalo provocado pela Revolução Russa.
e) A reconversão foi caracterizada pela expansão da industrialização, em escala mundial, principalmente em economias periféricas.
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07. (Puccamp-94) Em linhas gerais, pode-se dizer que a Grande Depressão (1929) resultou principalmente:

a) da queda da exportação, desemprego e aumento de consumo interno.
b) da desvalorização da moeda, com o objetivo de elevar os preços dos gêneros agrícolas.
c) do fechamento temporário dos bancos e a requisição dos estoques de ouro para sanear as finanças.
d) da superprodução industrial e agrícola, que foi se evidenciando quando o mercado não conseguiu mais absorver a produção que se desenvolvera rapidamente.
e) da emissão de papel-moeda e o abandono do padrão-ouro que permitiram ao Banco Central financiar o seguro-desemprego.
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08. (Ufsm-2005) Considerando a crise do capitalismo liberal nos EUA, nas décadas de 1920 e 30, é possível afirmar:

a) A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, foi o fato gerador da crise de superprodução da economia norte-americana.
b) A produção industrial mantida num patamar elevado, sem que houvesse mercado consumidor, foi o elemento desencadeador da crise.
c) O crescimento econômico dos anos 20 aparelhou a agricultura e a indústria dos EUA, para enfrentar as crises decorrentes da retração do mercado.
d) A Bolsa de Valores de Nova York, ao longo da década de 1920, pautou seus negócios com objetividade, sem permitir especulações com o valor das ações.
e) A aspiração por enriquecimento rápido e fácil, comum na sociedade dos EUA, não colaborou para a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
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09. (Ufsm-2002) Observe a imagem abaixo:






(AQUINO, Rubim, LISBOA, Ronaldo e PEREIRA NETO, André. "Fazendo a História". Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1986. p. 134.)

A charge se refere a uma das crises cíclicas do Capitalismo, a queda da Bolsa de Valores de New York, em 1929. Nela evidencia-se uma das características dessa crise, ou seja,

a) a falência dos banqueiros e o alastramento da recessão nos países do leste europeu.
b) a venda desenfreada das ações na Bolsa de Valores em New York e maciços investimentos dos E.U.A. nos países não-alinhados.
c) as greves gerais empreendidas pelos operários, os quais lutavam pela manutenção do emprego, aumento salarial e negociação das dívidas das fábricas.
d) o agravamento da questão social, expresso nas manifestações dos operários, dos trabalhadores sem terra e dos desempregados do comércio, o que precipitou a crise do FMI.
e) o alastramento do desemprego e a conseqüente redução do poder aquisitivo do mercado consumidor norte-americano, gerando uma grave crise de superprodução.
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10. Leia as afirmações abaixo:

I. "No final da década de 20, ocorreu uma das maiores crises vividas pelo capitalismo: a Grande Depressão. Este fenômeno foi determinado por uma crise de superprodução que atingiu todos os países capitalistas."

II. "Assim, era certo que um dia o mercado viria abaixo, e muito mais rapidamente do que havia subido. E, de fato, caiu, com um estrondoso Crash, em outubro de 1929. Numa sucessão de dias terríveis, dos quais a quinta-feira, 24 e a terça-feira, 29 de outubro foram os mais aterradores, foram perdidos bilhões em valores, e milhares de investidores ficaram total e irrecuperavelmente arruinados."

III. "Com a Grande Depressão, estava ameaçada a prosperidade norte-americana do american way of life. A partir de agora, qual seria o verdadeiro modo de vida americano?"

IV. "A crise atingiu direta ou indiretamente todos os países que tinham algum tipo de relação comercial com os Estados Unidos, inclusive o Brasil."

V. "As consequências da Crise foram desastrosas. Milhares de empresas faliram, o que provocou índices de desemprego jamais vistos na história dos Estados Unidos: 15 milhões de desempregados, segundo dados de  1933."

Reflita sobre as frases acima citadas. Elabore um texto que explique o conteúdo dessas afirmações, considerando o período histórico da Crise de 1929.

Seu texto deve possuir de 10 a 15 linhas e necessita de um título.
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11. Quais foram as principais consequências da Crise de 1929, tanto relacionadas à economia quanto aos aspectos sociais?




Para ajudar na resolução das atividades, você poderá, além de efetuar a leitura do presente texto postado, ler as páginas 24 a 26 de seu Livro Didático. Poderá também acessar os seguintes links interessantes de pesquisa:

http://www.dialetico.com/textos_sala_aula/8_15_crise_1929.pdf

http://www.brasilescola.com/historiag/crise29.htm 

http://www.historiamais.com/crise_de_1929.htm


http://www.infoescola.com/historia/crise-de-1929-grande-depressao/

http://www.suapesquisa.com/pesquisa/crise_1929.htm

http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/crisede29.htm





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